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sábado, 20 de junho de 2009

REVOLTANTE



É revoltante passarmos 4 anos de nossas vidas nos preparando para ingressar no mercado de trabalho, com qualificação e no final de tudo não ser mais válido. Mas deve ter uma explicação para tudo isso. Deve ser porque nós JORNALISTAS, pessoas bem informadas que somos, não ficamos calados diantes das atrocidades existentes no nosso querido Brasil. Acredito que eles fizeram isso, porque querem colocar para seu lado os "Jornalistas" que melhor lhe convir, pessoas leigas e de fácil manipulação, para mostrar apenas o que é mais cômodo. É de fato revoltante o resultado do STF...Agora me respondam uma questão. Para ser Médico precisa de diploma? Profissional qualificado, tem que ter diploma! Por que os Jornalistas não precisam mais???


Geane Carla

Um comentário:

  1. O jornalismo do futuro

    Os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram que o diploma de jornalismo não é obrigatório para exercer a profissão. Não é de se estranhar que, no Brasil, pessoas não preparadas sejam as responsáveis por decisões importantes, que definem a carreira de jovens iniciantes da profissão, dos veteranos, dos trouxas que pagaram por uma formação descente (seja por meio de impostos ou mensalidade de instituições particulares) e dos vigaristas de plantão, que se dizem jornalistas. A partir de agora estamos todos nivelados: os bons, os ruins e os aproveitadores.

    Ironicamente, jornalismo foi o curso mais disputado no vestibular 2008 da FUVEST, um dos maiores do país. A pergunta pertinente no atual contexto é: Para que estudar? Evidentemente, o preparo de profissionais que passaram por uma graduação descente é indiscutivelmente superior em comparação ao daqueles que se apropriam do status de “jornalista”, como se isso fosse um meio barato para adquirir credenciais em eventos e partidas de futebol. É óbvio que a profissão é anterior à formação e existem aqueles que desbravaram o jornalismo com honestidade e competência e que, com justiça, já possuem o MTB.

    Mas não são esses, já instalados na profissão, que a decisão irá favorecer. O que veremos é a proliferação, ainda mais intensa, de pseudo-informativos caça níqueis, material de baixa qualidade e um campo de atuação inflado, no qual os bons profissionais lutarão para não serem sufocados pelo bolo de irresponsáveis que, a partir de então, irão exercer livre e inadequadamente o jornalismo.

    Justificar que a obrigatoriedade do diploma foi criada no regime militar, com o intuito de controlar as informações, é uma maneira ingênua ou conveniente de analisar a questão, uma vez que, é óbvio que, no atual contexto político, a função do diploma não é restringir a informação, mas sim preparar os profissionais para que eles levem ao público informações coerentes, dentro de exigências técnicas e éticas.

    Claramente se vê um erro de interpretação na atuação do jornalista e na difusão de conteúdo informativo. É aceitável que profissionais especializados possam publicar artigos assinados sobre assuntos técnicos, como especialidades médicas, por exemplo. Mas isso lhe não confere o direito de que venha a ser jornalista, assine periódicos ou saia a campo para ocupar o lugar da imprensa. E isso nada tem a ver com a liberdade de expressão. Expressem-se como quiserem, desde que sejam resguardadas as atribuições do jornalista, com a exigência do diploma.

    É possível que a medida não tenha grande impacto na empregabilidade dos jornalistas diplomados. É também possível que salários e cargos sejam rifados, obrigando jornalistas a se prostituírem profissionalmente, se sujeitando a receber salários inferiores ao piso da categoria (o que, claro, já ocorre, mas não com tamanha concorrência desleal, como a que pode se desencadear a partir de agora). E, embora a queda da obrigatoriedade do diploma não implique no fechamento dos cursos, é esperado que muitos deles sejam desativados, sem contar os cursos de pós-graduação.

    O tempo irá dizer se a medida é uma erronia tentativa de democratizar a informação, como se o diploma fosse algum impedimento para a liberdade de expressão (o que constitui um erro primário de interpretação) ou se, ao contrário, é mais uma tentativa de desmoralizar a imprensa e liberar a vigarice na profissão, agora com o aval do STF.

    Renato Menezes - Jornalista

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